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UMA NOITE DE TERROR

Era um dia ensolarado, eu com aquele pedaço de papel em mãos procurava por aquela localidade; um endereço confuso, ainda sei como veio parar em minhas mãos, parecia que eu estava em um estado de amnesia, não lembrava mais do passado de minha vida.



Confesso, não sabia onde estes caminhos estavam me levando, procurava informações por todo lado e nada me orientava, der repente uma escrita, como uma estaca ficada ao chão a beira deste caminho, um pequeno pedaço de madeira recortado como uma seta mostrando uma direção informando com poucas palavras. Com letras bem desenhadas indicando assim: CÉU; ALI A DUZENTOS METROS. Continuei a caminhar e por coincidência o endereço que eu estava procurando seria o mesmo que a plaquinha indicava.

Depois de caminhar estes poucos metros acabei encontrando o
endereço que procurava, há principio pensei que fosse uma chácara para eventos, mas não era não, se tratava de um portal muito grande com portões muito alto e havia uma guarita bem ali pronta para atender a todos que fossem chegando.

Apesar de um senhor barrigudo calvo de bochechas bem rosadas trajando uma camiseta do São Paulo Futebol Clube, também estava ali uma moça linda no posto de recepcionista, olhos claros e os cabelos com uma cor de um dourado maravilhosa! Debrucei-me em uma espécie de balcão de mármore preto e observei esta imagem feminina por completo, era de fato uma bela fêmea que logo me aproximou e dirigiu me cumprimentando com um semblante de muita simpatia, me apresentou um formulário já preenchido com todos os meus dados pessoais, fiquei impressionado com esta abordagem, pois ali estava escrito todas as minhas informações pessoais, isto me causou até um calafrio, pois tudo aquilo me parecia estranho.

Depois que terminei de ler o texto principal firmei minhas atenções para umas duas pautas escritas no rodapé que dizia assim:

Óbito as 06: hs30min, Morte natural e em seguida meu nome em letras bem destacas com negrito. Pensei em sair correndo daquele lugar, mas não foi possível, pois todo aquele caminho que percorri não existia mais, só se via uma nebulosidade aos meus pés; mas mesmo assim percebia algo que me sustentavam como se fosse um piso, parece que havia um chão submerso às nuvens.

Olhei para os lados, pensei em gritar socorro, mas os sons das palavras não saiam, notei que do o outro lado... Pelas minhas costas havia sim uma espécie de quiosque; um bar grande com muitas diversões, logo bem na frente, na fachada principal estava exposto um cartaz exibindo a marca de uma famosa cerveja, achei um pouco interessante.

Enquanto isso a moça dos cabelos dourados havia saído lá para os fundos deste suposto paraíso, levando em mãos todo o meu currículo que teria que passar por algumas aprovações. Fiquei por ali xeretando todas aquelas imediações. Firmei atenções ao que acontecia naquele ambiente de muita festa... Ali perto de onde eu estava.

Saia uma fumaça branca que subia formando até uma nuvem acima deste lugar, um cheiro de churrasco misturado com outro aroma estranho, parecia folhas queimadas do jardim, acho que pode ser destas ervas que estes jovens usam como entorpecentes.

A moça demorava voltar para confirmar a aprovação do meu currículo, aproveitei para conhecer aqueles outros compartimentos... Aqueles lugares que existia por ali, mas, fora do portal, Oh lugarzinho badalado dos infernos, onde havia um furdunço danado; muita musica garotas liberando quase toda a nudez acompanhada por muitas danças, tai... Gostei deste ambiente, muita alegria e diversão.




Estava eu observando tudo do lado de fora, tal qual aquele que chega a porta do clube e fica olhando a distância.

Em um dado momento ouvi um grande falatório com palavras de achincalhamento, parecia briga de cachorro grande, era o velho calvo que momento estava na guarita do portal do paraíso, parei para ouvir aqueles palavrões.

-Se retire já daqui maldito dos infernos, não quero sua presença nestas proximidades.

- Não faça isso meu bom velho... Dê-me uma oportunidade... Veja só, até somos xarás, eu também me chamo Paulo, quem sabe até poderemos praticar uma boa política aqui no paraíso, você sendo correligionário.

Não!... De forma nenhuma, Vá já para os infernos seu desgraçado.

Eu estava ali tão compenetrado, eu observava este ambiente ali tão festeiro, me espantei quando um grande ser monstruoso veio de dentro pra fora; criatura enfurecida disposta a destruir tudo que havia pela frente, e abriu a porta com um pontapé, usou de tanta violência que até quebrou as dobradiças do portão, seguiu em direção do Jaz Paulo que no momento insistia em querer entrar no céu. O encardido passou por mim enquanto eu estava tremulando de medo, ainda percebi quando ele correu uma olhadela, mediu-me dos pés até a cabeça e esticando a grande mão ainda passou em minha cabeça, senti o peso de seus dedos quando me afagaram meus cabelos, ainda ouvi umas palavras bem baixinhas, quase balbuciando.

-Fique tranquilo, não vou fazer nada com você, você não me pertence, assunto para o outro departamento, minha questão é mesmo com este tal de Paulo... Este que acabou de alçar voou da terra para cá... Vou dá-lo uma lição.

-Enquanto isso uma grande discussão: - me deixa entrar.

-não deixo.

-Deixa.

-Não deixo.

-Deixe.

-Não deixo

Com grande surpresa logo se ouve uma voz lá de dentro do paraíso celeste, expressava com grande nervosismo esculachando todos.

- Parem com esta putaria ai sô... Deixa, não deixo, Deixa, Não deixo, Ah... Vai tomar no C` ... Caralho.

Paulo disse com convicção: - Esta é a Derci, disto eu tenho certeza.

Súbito a grande entidade tomou Paulo pelo braço segurando forte e o conduziu para o seu lugar ao qual já estava reservado para a eternidade, ambos adentraram pelas portas do inferno e mais nada se viu e que se fim se deu.

Eu continuei esperando pelo meu veredito, acho que o Grande administrador do Céu convocou uma reunião especial para tratar de meu assunto, pois demorei longas horas a esta espera.


Naquela noite logo após o jornal percebi que sentia muita sonolência, peguei o controle remoto da TV e andei procurando canal a fim de encontrar algo interessante para ver e driblar o sono, fixei em um lá nem sei qual e não demorou nada já estava eu dormindo na sala, quando dormi, foi um sono muito profundo e enfadonho, pois durante este tempo todo atravessou a programação dos horários nobre, fui acordar de madrugada, assustado com algo que estava fazendo um barulhão no vidro da janela, fiquei assustado fui ver o que estava acontecendo, era um enorme morcego que batia contra o vidro, acendi a luz e percebi que se tratava de um exemplar dos grandes, bicho feio, parecia que o tal queria me atacar, mas; porem quando recebeu o foco da luz logo foi-se embora, enxotei-o. Voltei meus olhares para a televisão logo deparei com um programa religioso, aquele apresentador daquela igreja estava falando em Céu e inferno demônios e muitas outras falácias, certeza que foi tudo isso que me causou todo este pesadelo.

Antonio Herrero Portilho
18 de março de 2015

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