Um amor para recordar - parte 1
Como era lindo o que
vivíamos, ele sempre me tratara bem, me respeitava, era aquele homem na qual
toda mulher sonha. Seus olhos castanhos e cabelos pretos jogados para o lado
era como um anjo com tamanha perfeição.
Tudo começou 1949, quando
tinha 14 anos, inverno de junho, acompanhado de uma guerra muito intensa,
estava em um abrigo anti bomba, estava muito assustada, estava eu e minhas
quatro irmãs e meus pais, tinha muita gente ali, mais um pouco enchia aquele
local e ficávamos todos num aperto só, mas era o único abrigo próximo que
conseguimos entrar. Mas foi a melhor coisa que aconteceu em minha vida.
A comida era contada para
nós comermos, para que não houvesse risco de passarmos fome, pelo menos até a
guerra cessar por um tempo, imaginamos. Mas eu não me importava, quando o vi,
com aquele olhar, me tranquilizou por completa, apaixonei-me.
Era possível escutar os
tiros, e sentíamos os tremores das bombas que caiam por perto, afinal,
estávamos em baixo da terra, já poderíamos dizer que era o nosso tumulo. Aquele
sorriso em meio a tanta gente assustada me desconcertou por inteira.
Tinha alguns soldados para
nos auxiliar, e todos os meninos, com sã consciência recebiam armas, afinal,
toda ajuda era bem vinda. Aquele passar de mão nos cabelos pretos me fazia arrepiar.
Passaram-se vários dias,
mas ouvimos no rádio que entramos em acordo com o adversário, então tudo voltou
ao normal. Foi os melhores dias que passei ali, qual será o nome desse rapaz?
Deveria ter perguntado, mas fui muito tímida, e apenas ficava trocando olhares
e sorrisos, acho que ele entendeu.
Voltei para casa com minha
família e esse rapaz em meu coração, não conseguia parar de pensar nele, tive
vários sonhos com ele, e também vários pesadelos. Ainda estava assustada por
causa da guerra que já estava em seu fim.
Passaram-se duas semanas,
o inverno passou, começou a primavera, as flores coloridas, a folhas verdes,
tudo para me encantar mais. As aulas começaram, e minha ansiedade fazia meu
coração pulsar ao forte que, sentia até tontura, será que vou ver aquele rapaz
novamente?
Intervalo, encontrei-me
com minhas amigas, para conversar, e brincar, (nessa época era muito comum
meninas da minha idade ainda brincar, até com os meninos, de esconde-esconde,
pular corda, apostar corrida, tudo era normal)
Dessa vez foi diferente,
estava meio fora de mim, aquele rapaz realmente mexeu comigo. Olho para o
campo, na qual ficávamos reunidas, lá estava ele, com todo seu charme e beleza
natural, como pode ser assim, não faz nenhum esforço. Chamei algumas amigas e fui
falar com o rapaz, e com seus amigos...
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