Ecos do Além - Memórias da Terra
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O conto que está prestes a
ler, foi enviado por um leitor do blog!
Ecos
do Além - Memórias da Terra
As lembranças me trazem o desejo de querer vivê-las
novamente,
Pois todas as boas experiências que eu vivi ficaram
apenas em minha mente,
e neste lugar onde eu me encontro não existe mais
esperança, apenas o medo e a
Solidão estão presentes, combinando de forma
melancólica com as tristes memórias desse
Terrível ambiente, causado por um desejo, resultando em
um acidente
Quando menina o meu sonho era me tornar uma astronauta,
desejo pouco comum, mas
que por toda a minha infância foi uma paixão que me
alimentava, encantava o meu olhar
em muitas madrugadas, em dia de lua cheia, lá estava eu
com a luneta que eu havia ganhado de
presente, feliz eu a observava, ficava encantada
Eu tinha um carinho especial pela lua, não apenas pela
sua beleza, mas por todos os seus
mistérios e segredos, principalmente em época de lua de
sangue, quando ela se veste com
o seu lindo vestido vermelho
Me formei como cientista, trabalhei por muito tempo com
desenvolvimento e pesquisa
E acompanhei o processo de criação dessa base lunar, um
projeto ambicioso para extração
de mineral, e eu fui uma das que foram chamadas para
vir até aqui trabalhar
A base recebeu o nome de Diana, nome inspirado da Deusa
da lua na mitologia romana
Durante as extrações de minério foi encontrado um
artefato de pedra com inscrições desconhecidas,
foi a partir disso tudo que o desastre se iniciou, e
foi a razão de tantas vidas serem perdidas .
(O
Inicio da Dor)
Sofia sai correndo pelos corredores da estação chamando
por sua mãe, assustada, as pessoas correm desesperadas, uma fumaça sufocante se
espalha por toda a área, a estação se torna inabitável.
Vozes de agonia se espalham por cada canto da estação,
medo e desespero tomam conta de
Cada coração, atormentados, todos correm sem solução
Sofia não consegue encontrar sua mãe, os trabalhadores
da mineração caem mortos em razão da fumaça, é uma névoa clara, o único som que
se ouve na estação lunar são os gritos das pessoas desesperadas
Essa névoa vai matando todos que estão pelo caminho, o
inferno se estabelece em cada dor, medo e grito aflito
A garota se esconde em seu quarto, a energia na estação
se acaba,
A escuridão predomina e a pobre menina se gela
desesperada
Ela ouve uma voz pedindo ajuda, e tem a sensação de que
está vindo em sua direção,
seu coração dispara e sente um frio que a deixa sem
reação
Ela escuta alguém chorando, lágrimas de uma criança em
desespero,
seu coração acelera, a solidão da escuridão vai lhe
enchendo de tormento
Sofia chora cheia de pavor, e ao mesmo tempo sua mãe
também está á sua procura, é uma
luta pela sobrevivência, e entre a confusão alguém está
carregando o peso de uma grande culpa
Uma pessoa realizou um desejo que não deveria ter sido
pedido, nesse artefato encontrado existe
um segredo que trás uma conseqüência irreversível
Causando a morte de todos, são vitimas do egoísmo de
alguém, desejando trazer de volta a vida
uma pessoa que ela amava, sepultada no pequeno
cemitério dessa mesma base, uma imensa
tristeza que por ela ainda não foi superada, desde a
sua morte ela ficou traumatizada e cheia de
mágoas
Sentada várias vezes ao lado de seu túmulo vivendo do
passado, pensando em sua vida na
terra e como estava feliz vivendo ao seu lado, mas
agora está tudo acabado
Uma descrição desconhecida, em mim uma visão foi
transmitida, uma pedra que por
gerações ficou escondida, permaneceu adormecida até ser
encontrada por minha filha
Todos estranhavam e perguntavam a razão do cuidado que
eu estava tendo com esse estranho
achado, me veio a possibilidade de algo impensável, mas
que traria um preço doloroso para todos
que estivessem do meu lado
Um desejo possível que eu tanto sonhava realizar, que
era poder te reviver, poder estar de novo
com você, fui egoísta, não pensei nas consequências, e
agora carrego um fardo pesado por fazer
tantas pessoas sofrer
Sofia está fraca, ela cai em seu quarto e não tem
forças nem mais para gritar, não conseguiu
encontrar sua mãe, partiu sem ter o abraço materno que
ela tanto buscava para lhe confortar
O sofrimento toma conta do lugar, não existe a
possibilidade de escapar, Laura sente um aperto
no peito, já pressentindo o desastre que ela não pôde
evitar
(A Pequena Astronauta Sofia)
- A lua está fascinante hoje né mãe, tão cheia e
charmosa, realmente maravilhosa.
Posso ir com você mãe, em seu trabalho de mineração na
estação lunar?
Prometo que irei me comportar, não irei conseguir ficar
longe de você, promete me levar?
- Claro filha, não se preocupe, eu também não
conseguiria ficar longe de você, o seu pai já está
lá nos esperando, ele vai ficar feliz em te ver
Eu sei que o seu grande desejo sempre foi de ver a
terra do espaço, e dentro de poucos dias o seu
sonho será realizado.
- Esperei tanto por esse momento, essa viagem ficará
para sempre em minha memória, vai ser
extraordinário ver tudo ao vivo, pois já cansei de
ficar apenas vendo as fotos pelos livros da escola
Estou feliz por estar ao seu lado mãe, irei preparando
as minhas coisas, não irei levar muito, apenas
o que me faça lembrar daqui, os meus livrinhos de
histórias, o rádio, e o CD com as músicas que meu
pai gravou pra mim.
Os pensamentos de Laura são interrompidos ao entrar no
quarto e ver sua filha caída sem vida,
através do vidro da janela é possível se ver a terra,
seu choro é inevitável, ela se sente arrependida,
a sua atitude colocou toda a estação em um pesadelo sem
saída, em um eterno adeus sem despedida
Não restou mais ninguém em toda base, apenas as almas
agonizando de ódio e infelicidade.
Um clima pesado se estabeleceu em toda estação lunar, o
pesadelo apenas acabou de começar,
corpos por todos os corredores, e ouço o choro de
desespero por todo lugar
Vozes de mães chamando por seus filhos, ou gritando sem
esperança por seus maridos,
Uma pedra antiga e uma ambição incontrolada,
consequência terrível e cheia de egoísmo de alguém
que te amava
(O belo Azul da Terra)
Estou cada vez mais fraca, um silêncio perturbador
domina todos os cantos dessa base,
não se ouve mais ninguém, apenas a ambientação
melancólica e o ar de infelicidade
Olhei em minha volta e não vi um sinal de esperança, a
vida mostra o seu valor, mas neste
momento ela não mais me encanta
Estou assustada, estou tremendo, me sinto sozinha, o
silêncio me atormenta e a solidão predomina
Do lugar onde eu estou eu observo a terra, e só agora
eu percebo que ela possui tanta beleza,
você morreu nessa estação, foi difícil para nossa filha
aceitar a sua partida, para mim foi uma
incontrolável tristeza que a cada dia consumia a minha
vida
Não aceitei a sua morte, queria te trazer a vida de
alguma forma, de princípio foi difícil de
acreditar que uma pedra poderia te trazer de volta
Mas eu estava disposta a tudo para ter você comigo
novamente, talvez seja um desejo coerente,
mesmo trazendo o desespero para muita gente
De repente me assusto com um grito de socorro vindo de
um dos quartos do corredor,
chamando por meu nome, e me acusando de ser a culpada
por toda essa dor
Sinto essa pessoa se aproximando, cheia de raiva e me
xingando, abraço com força o corpo
da minha filha aos prantos
Começo a ouvir os passos, parece que não é apenas um,
há mais alguém se aproximando,
ouço uma garotinha chamando por sua mãe, eles tentam
abrir a porta e o horror vai me dominando
Por sorte a porta está trancada, mas eles estão
tentando derrubá-la, minha alma está inquieta,
escuto a voz de um homem me perguntando onde eu havia
escondido a pedra
Minha vista lentamente vai se apagando, o brilho da
terra vai se perdendo,
tudo que antes era cheio de vida vai se escurecendo, e
meu arrependimento vai crescendo
Meu último desejo seria de voltar para terra novamente,
mesmo sabendo que seria a última vez,
uma eterna despedida dessa vida que nunca mais
viverei...
Lucas
02 de março de 2016
Bem profundo, faz vc pensar!
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