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A Bruxa da Sapolândia



No tempo que as andorinhas embelezavam as tardes de Campo Grande (MS) com suas travessuras, a região da atual Ernesto Geisel beirando o rio Anhanduízinho - composta por ruas do Taquarussu, Bandeirantes e Cohafama - era chamada de “Sapolândia”.

Quase todas as casas erguidas ao longo daquele riacho eram de tábuas. Casebres erguidos perto do brejo e dos regos d'água. Sítio infestado por sapos e rãs, lagartos e muitos formigueiros. Ao cair da noite ficava fantasmagórico por causa da algazarra orquestrada pelos gatos, cigarras, cachorros, corujas, rãs e sapos.

Na época, minha falecida avó morava na rua Bandeirantes. Contava aos seus netos uma macabra história acontecida justo naquele pedaço do Amambaí. O lugar já fora esconderijo de uma bruxa. A infeliz parecia uma pessoa normal e se comportava como todo mundo. Morava em uma velha casa de madeira, com árvores na frente, na rua Dracena.

 Seu terreno, dominado pelo mato, ficava junto de uma picada que ia até a antiga avenida Contorno (hoje Salgado Filho). Vivia mal vestida, com roupas escuras. Enrustida e reservada (muito feia), passou a ser apontada pelos moradores dali com o epíteto de ‘Bruxa’. Quando alguém queria que uma criança ficasse quieta e fosse dormir, bastava ameaçar: “Vou chamar a vizinha Bruxa para lhe pegar!!!”...

Essa fantasia, certo dia, virou realidade. Denúncia anônima levou a polícia até o misterioso “castelo” da Bruxa onde vasculhou o seu quintal. O resultado da busca explodiu como uma bomba sobre a cidade: enterradas na lama foram encontradas uma dúzia de crianças consideradas desaparecidas. Parece que ela matava os pequenos e usava o sangue destes anjos para suas magias.

Na casa da Bruxa, como metade do quintal ficava no brejo, ela enterrava as crianças no pior pedaço. Exatamente onde as árvores secas e retorcidas, atacadas pela umidade, fungos e formigueiros, davam ao lugar um ar misterioso de pântano. Desenterrados daquela mistura preta de lama e argila, os improvisados caixões que a Bruxa mesmo fazia usando ripas de caixotes, revelaram pequenos corpos putrefatos (sem uma gota de sangue) e esqueletos.

Enrolados em redes, lençóis, colchas velhas, trapos sujos de sangue e barro, usados como mortalhas. O mau cheiro, a podridão, tomou conta do ar no local. De cada sepultura aberta, depois de tirado seu defunto, minava água.  Um verdadeiro filme de horror. A polícia descobriu mais tarde que ela já havia raptado outras crianças no Caiçara. Ali, ardilosamente, espalhara o boato que os bebês estavam sendo roubados por ciganos.


A Bruxa, durante sua prisão chegou a levitar perante os policiais incrédulos e seu namorado que também foi preso naquele mesmo dia começou a conjurar umas coisas estranhas acho que em latim e seus olhos que eram negros ficaram azuis más as pupilas pareciam de gato e ele resistiu á prisão porque ele ficou muito forte e feriu dois policiais com socos sobre humanos, foi quando chamaram o Padre Queiroz que na época estava trabalhando em uma construção de uma grande igreja ajudando os pedreiros com as próprias mãos.

Chegando lá até tiros haviam sido disparados e os policias estavam do lado de fora da casa atentos e ao mesmo tempo cuidando dos feridos, o Padre Queiroz humildemente chegou e os dois bruxos partiram pra cima dele e ele com duas simples palavras em latim os fez ficar inconscientes e ai foi feita a prisão. Moradores da região que estavam no local, tentaram linchar a dupla. Juravam que o cara também era bruxo e que juntos bebiam o sangue das crianças sacrificadas.

A história que minha avó contava não revelava o que acontecera com o macabro casal. Circula até hoje uma versão jurando que a Bruxa foi assassinada na cadeia do bairro Amambaí. Outra, ao contrário, conta que ela fugiu da prisão para viver com seu namorado em um povoado do Paraguai, na fronteira com o Brasil.


Essa história não é só um boato. É verídica e saiu nos jornais da época, mas é claro não com essa riqueza de detalhes. O lugar onde tudo aconteceu ainda existe do mesmo jeito: um barracão abandonado, misterioso e sem pintura.
Dizem que - depois que escurece - pouca gente se atreve a pisar na calçada da casa onde viveu a “Bruxa da Sapolândia”!!! 

 Autor: Rodrigo Oliveira. Segunda feira, 2 de outubro de 2017.






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